O Céu da Semana – Entre Palavras e Silêncios, com Olhos Voltados ao Futuro
O Sol percorre os céus de Gêmeos, signo do movimento, da curiosidade e da palavra. Vivemos dias de leveza aparente, de muitas ideias e trocas — mas o pano de fundo revela um convite à interiorização e à escolha consciente do que deve permanecer.
Mercúrio, regente de Gêmeos, já não está mais em casa: atravessa agora as águas introspectivas de Câncer, tingindo o pensamento com cores afetivas. A lógica cede espaço à memória, e a comunicação se torna mais sensível, às vezes carregada de saudade ou proteção.
Vênus, firme e bela em seu domicílio de Touro, ancora os afetos na estabilidade e nos prazeres simples. É tempo de nutrir com constância aquilo que se ama — amores, projetos e até o próprio corpo. Tudo aquilo que cresce devagar ganha valor especial.
Marte segue pelos últimos graus de Leão, acumulando tensão antes da mudança. A ação é corajosa e impositiva, mas precisa de cuidado para não ser apenas vaidade ou imposição do ego. O guerreiro prepara-se para um novo terreno, onde o impulso terá de se moldar a outro ritmo.
Júpiter, recém-ingressado em Câncer, signo de sua exaltação, começa a expandir os temas ligados à nutrição, à proteção e às raízes. Essa posição favorece gestos generosos, acolhedores e familiares. Ainda que os ventos estejam mudando, o sentido maior está no cuidar.
A Lua, senhora do tempo presente, transita por Aquário e já saiu da plenitude da fase cheia. Agora começa a minguar — e, com ela, nós também somos chamados a nos libertar do que está em excesso, do que pesa, do que já cumpriu sua função. Emoções antigas, hábitos estagnados, pertences inúteis… tudo pode e deve ser repensado.
Em Aquário, a Lua ilumina com desapego, e em seu declínio ela se alinha ao espírito reformador. Saturno, seu regente tradicional, está nos primeiros graus de Áries, onde se encontra em queda — e ainda assim, essa Lua minguante parece lhe emprestar força e consciência. É o tempo ideal para ordenar o futuro, mesmo com o desafio de ter os pés firmes num solo instável. Saturno ficará pouco tempo em Áries: já em julho inicia seu movimento retrógrado e, em setembro, retorna a Peixes, onde permanecerá até sua entrada definitiva em Áries no próximo ano.
No plano dos grandes ciclos, Urano, nos últimos graus de Touro, prepara sua entrada em Gêmeos no dia 7 de julho — sinalizando que o tempo das grandes mudanças mentais e tecnológicas já se aproxima. Netuno caminha retrógrado pelos primeiros graus de Áries, e Plutão segue retrógrado em Aquário, ambos desafiando-nos a revisar coletivamente nossas esperanças, ideologias e estruturas de poder.
Esta é uma semana de transição: ideias estão no ar, mas há também um chamado ao desapego. A palavra ainda é forte, mas o silêncio começa a ganhar valor. O futuro espreita — e aquilo que não serve mais, precisa ser deixado para trás.
Principais Movimentos da Semana
Marte entra em Virgem – 17 de Junho
No dia 17, Marte deixa a exuberância peregrina leonina para ingressar no signo de Virgem, onde a ação se torna mais discreta, atenta e voltada à correção dos detalhes. Ficará lá até 6 de agosto. Já não se age pelo impulso da glória, mas pela necessidade de aperfeiçoamento. Neste signo terrestre e mutável, regido por Mercúrio, Marte aprende a calcular antes de atacar, a reparar antes de romper, a disciplinar antes de agir.
Embora Marte não possua domicílio nem exaltação em Virgem, sua força não se dissolve — ao contrário, encontra respaldo na triplicidade da Terra, da qual participa como co-regente noturno. Isso significa que, sobretudo nos trabalhos que exigem atenção minuciosa, paciência e método, Marte tem espaço para manifestar sua natureza ativa de maneira eficiente e estável.
No entanto, o mesmo Marte que aqui se faz meticuloso, pode também se tornar excessivamente crítico. Em vez da espada em riste, a palavra cortante. Em vez da força bruta, a rigidez do perfeccionismo. Há, portanto, o risco de se travar batalhas por minúcias, de se perder em exigências que não constroem, mas desgastam.
Com Marte em Virgem, a guerra é silenciosa — mas não menos estratégica. São os erros pequenos que se combatem, as rotinas que se lapidam, as falhas que se expõem à luz do raciocínio. Trata-se de um período em que o verdadeiro ato de coragem está em servir com exatidão, cortar o excesso, aparar as arestas. Como o cirurgião que remove o que não serve mais, Marte aqui opera com bisturi — não com martelo.
Lua Minguante em Peixes – 18 de Junho
Nesse ponto do ciclo, a energia se recolhe. Em Peixes, signo de água e de dissolução, regido por Júpiter, a Lua encontra seu tom mais sensível, intuitivo e silencioso. É tempo de esvaziar, de limpar internamente, de permitir que o que precisa partir se vá sem resistência.
A lógica cede à inspiração; a rotina cede ao sonho. O que antes era ação e estrutura agora se desfaz em névoa, conduzindo à introspecção, ao perdão e ao abandono do controle. Um momento fértil para práticas espirituais, recolhimento e tudo que envolva entrega e compaixão.
Solstício! Sol em Câncer – 21 de Junho de 2025, às 3h42 UTC
Com o ingresso do Sol em Câncer, temos o Solstício de Verão no hemisfério norte e de Inverno no sul. Marca-se o ponto de viragem nas estações — e, simbolicamente, um chamado ao recolhimento e à interiorização. É o momento em que a luz solar atinge seu extremo e começa lentamente a declinar ou crescer, conforme o lado do globo.
Câncer, signo cardinal e aquoso, regido pela Lua, acolhe o Sol em ambiente sensível, nutritivo e protetor. A ação solar deixa a objetividade geminiana e volta-se agora ao mundo da memória, dos afetos e da ancestralidade. É tempo de nutrir o que tem raízes, fortalecer vínculos familiares, cuidar do espaço íntimo e emocional.
No instante do solstício, a Lua — regente de Câncer — está exaltada em Touro, reforçando os temas de nutrição, estabilidade emocional e conexão com os ciclos naturais. A sensibilidade encontra forma, o instinto se ancora na matéria, e os afetos se voltam ao que é essencial e duradouro.
Apesar de não ter dignidade essencial neste signo, o Sol em Câncer ganha força por seu simbolismo sazonal e por mobilizar o eixo da vida interior. A luz se volta para dentro, pedindo silêncio, escuta e pertencimento.