Ogham, deus Ogma

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Ogham é um sistema de escrita desenvolvido nas ilhas britânicas, especialmente para o uso do irlandês arcaico. 

A invenção do sistema de escrita Ogham é atribuída ao deus irlandês Ogma.

 

Deus da eloquência e mestre da poesia, retratado como um guerreiro, carregando arco e bastão, na maioria das vezes, sorridente. Embora pertencente à família dos fomorianos, uma das primeiras raças invasoras da Irlanda, na batalha de Magh Tuireadh, aliou-se aos Tuatha Dé Danann, deuses sábios, dotados de múltiplas habilidades.

Há citações do uso mágico do Ogham nos mitos irlandeses e também são encontradas inscrições em pedras, pedaços de madeira ou osso, na Irlanda, País de Gales, Escócia e Cornuália. Em 1945 só no condado de Kerry, Irlanda, são encontradas 121 pedras com inscrições oghâmicas, produzidas entre os séculos IV e VIII. Segundo alguns autores, o ogham terá servido para propósitos mágicos ou ocultos, estando associado à linguagem dos druidas, como quando Cuchulainn grava ogham num ramo de carvalho, de modo a vencer o exército da Rainha Medb, nas fronteiras de Ulster.

Cada letra simboliza uma árvore ou arbusto, representados por um traço central, que seria o tronco, cortado por traços menores, os galhos..

Cada letra é chamada de fid e, no plural, feda.

São 20 letras, divididas em 4 famílias, mais os Forfedas, família introduzida tardiamente.

 

Primeira família – Beth – Bétula     

                            Luis –  Sorveira

                            Fearn –  Amieiro

                            Sail – Salgueiro

                            Nion – Freixo

 

Segunda família – hÙath – Espinheiro branco

                             Duir – Carvalho

                             Tinne – Azevinho

                             Coll – Aveleira

                             Quert – Macieira

 

Terceira família – Muin – Videira

                            Gort – Hera

                           nGétal – Junco/Caniço

                           Straiph – Espinheiro Negro

                           Ruis – Sabugueiro

 

Quarta família – Ailm – Abeto

                         Onn – Tojo

                         Úr – Urze

                         Eadhadh – Choupo

                         Iodhadh – Teixo

 

Os Forfeda – Eabhadh Álamo branco

                     Or – Evônimo

                     Uillean – Madressilva

                     Ifin – Groselha

                    Eamhancholl – Hamamélis

 

Para adentrar o universo do Ogham, é preciso estudar os mitos celtas, conhecer as divindades, entender o uso de cada árvore ou arbusto, como por exemplo no caso do carvalho, o Druir,  árvore símbolo do espírito dos druidas.Segundo as histórias, os druidas se reuniam nos bosques de carvalho, o rei das árvores, forte, de vida longa e que representa a força, o trabalho duro e a coragem.

 

O carvalho é citado no texto “A Batalha das Árvores” do bardo Taliesin

 

“O carvalho, movendo-se rapidamente,

Diante dele estremecem céu e terra

Um valente porteiro contra um inimigo

Seu nome é considerado”

 

Além de todos os estudos mitológicos e linguísticos, é bom também aprender sobre a botânica e seu uso. A conexão com a energia de cada árvore ou arbusto nos aproxima da mensagem de cada fid. Meditações, manipulação das folhas ou galhos e, caso seja possível, sentar no tronco da árvore, conversar com ela e deixar-lhe uma prenda.

Bem vindos ao nosso bosque!

 

Carmo Tavares

 

Artigo publicado na revista 5 da Federação de Artes Esotéricas – FAE