Durante uma consulta, há conexão energética entre terapeuta e cliente.
Todo ser vivo vibra energia, as plantas, as pedras e cristais, os animais, até mesmo uma casa pode vibrar a energia captada pelas pessoas que lá moram, ou um objeto, pode vibrar a energia de quem o possui. Nós, seres humanos, vibramos através dos chakras, que são como rodas que absorvem o prana, também chamado de energia cósmica ou força etérica no indivíduo, o qual é distribuído no corpo, na mente e no espírito.
São milhares de pontos energéticos que ligam os corpos físico, energético e espiritual. Entretanto, são sete os chakras principais, que giram como vórtices e que se localizam na coluna vertebral. São centros onde a energia é armazenada e redistribuída.
O chakra coronário localiza-se no topo da cabeça e é voltado para cima, o chakra básico localiza-se na base da coluna e é voltado para baixo, os demais, no centro da testa, centro da garganta, meio do peito, umbigo, baixo ventre, são voltados para frente e para trás. Por essa razão, há facilidade em criarmos cordões energéticos ao nos conectarmos com as pessoas ou ambientes.
Quem nunca entrou num local percebendo-o pesado ou conversou com alguém, sentindo que pegou qualquer “coisa” naquele encontro?
Quando um oraculista abre uma mesa para perguntas, precisa trazer a essência do consulente e, para isso, conecta-se energeticamente com ele. Quando um radiestesista limpa energias, precisa, antes, entrar em contacto com elas e, assim, poderá cortar cordões, medir vibrações, etc., enfim, o terapeuta, em uma consulta, entrará em contacto energético com o cliente.
A proteção energética e a harmonia espiritual são de fundamental importância para que o profissional não acabe por prejudicar-se durante o trabalho.
Mas é importante, também, que se diga que, na maioria das vezes, o consulente/cliente não tem consciência desse processo.
Muitas vezes, dias ou até meses, após uma consulta de aconselhamento, tratamento e limpeza, chegam-nos pedidos de ajuda, como por exemplo:
“Tenho só uma perguntinha, dá pra dar uma olhada como está tal questão? ou mesmo, consegues limpar meu relacionamento?”
Não que não se possa ver, limpar, cuidar da situação, entretanto, é preciso que saibam que, não é tão simples assim, para isso, o terapeuta terá que entrar no campo energético de quem pede, da situação a ser analisada, do relacionamento a ser limpo.
Outra questão importante é a lição de casa que o cliente precisa fazer; esperar que apenas o trabalho do terapeuta seja suficiente para resolver qualquer questão a aguardar por um milagre sem que se responsabilize com as escolhas e mudanças que precisam ser feitas, não o levará a lugar algum.
Como é bom quando se passam seis meses, um ano, e percebe-se que a vida do consulente está a andar e que já não necessita mais de tanta orientação.
Por vezes, chegam-nos pessoas que veem-se perdidas ou em momentos de grandes crises ou perdas, é nessas horas que o terapeuta precisa mesmo dar a mão, manter-se atento, a acompanhar o mais próximo possível, até que a pessoa consiga melhorar e sair da crise, que, por muitas vezes, pode ser demorada, há de se ter paciência nesses casos.
Mas muita atenção para que o terapeuta conduza seu cliente a andar com os próprios pés, para que não venha a tornar-se uma muleta.
Infelizmente, há também outra modalidade de terapautas, aqueles que acabam por ser irresponsavelmente fatalistas, a fazerem previsões tenebrosas para o futuro do cliente – não me refiro a avisos importantes que precisam ser dados e com isso, problemas que podem vir a ser evitados -, mas falo daqueles que dizem que o casamento vai acabar em 3 anos, ou que a mãe vai adoecer e pode morrer ou que há um trabalho feito e não há como resolver. Mesmo que nada disso aconteça, certamente as palavras do dito terapeuta não sairão da cabeça daquela pessoa. Pior ainda é quando um pseudo terapeuta que, a cada consulta, revela ao cliente mais energias negativas a serem limpas, com a necessidade dele voltar mais e mais vezes, sem nunca se ver liberto dos trabalhos da tal terapia. Infelizmente, isso acontece mais do que se imagina, denegrindo os atendimentos sérios e responsáveis das terapias complementares.
Quando alguém procura por oraculistas, astrólogos ou qualquer outra terapia complementar, está a precisar de ajuda. O ideal é que, se possível, tenha muito claro o que realmente busca, ter perguntas em mente e saber também que precisa estar comprometido com o tratamento, ouvir com atenção as orientações
e colocar tudo em prática.
Há ali dois lados, um que busca ajuda e outro que pode ajudar, mas tudo dentro das possibilidades de cada um.
Na qualidade de terapeuta, deve-se ter consciência de que não se é o salvador da pátria, não está em nossas mãos as escolhas de ninguém, nem a cura para um problema de saúde, seja física ou emocional, nem mesmo a salvação de um relacionamento. Nosso papel é o de orientar, da melhor maneira possível, mostrar opções de saída para determinada situação, de ter a generosidade de estar disposto a compreender aquele momento pelo que passa seu cliente, e a confiança, de que nada pode ser por acaso e sempre alí haverá uma lição, basta saber qual e dar todo auxílio que puder, e mais, ter a humildade em perceber que tem seus limites, e que nem tudo irá conseguir arranjar. Mas, ao meu ver, o mais importante é ser amoroso e caridoso, compreendendo a humanidade dentro de cada um e, ao mesmo tempo, saber dar limites para que as energias não se contaminem mutuamente, a saber separar o que é papel do terapeuta e do consulente, aí, então, as consultas podem fluir muito melhor, com benefícios para ambos.
Carmo Tavares
Artigo publicado na revista número 6 da Federação de Artes Esotéricas – FAE